sexta-feira, 26 de agosto de 2011

CAPACIDADE HUMANA

“Nunca deixe ninguém te dizer que não pode fazer alguma coisa”. Começo esse texto com uma frase proferida por Will Smith, no filme A Procura da Felicidade, a qual consiste na síntese desse texto. Frase essa que demonstra claramente o quão o homem é capaz e o quão sua capacidade pode ser “ilimitada”.

Sabe-se que a vida é composta por contrastes, o sim e o não são faces da mesma moeda e compartilham o mesmo espaço, portanto, quem nunca almejou algo, mas presenciou a frustração dos seus planos ao ouvir palavras pessimistas? Algo como, “você não vai conseguir”, “é muito difícil” ou “muito concorrido”, assim, posso ter a convicção de que a maioria dos leitores já experimentou situações semelhantes.

Nicolau Copérnico, com o seu amor pelo espaço, descobriu que a teoria geocêntrica era uma falácia, ou seja, que na verdade a Terra girava em torno do sol e não o contrário, resultado: foi morto por fundar a teoria heliocêntrica, embora tenha feito uma das maiores descobertas mundiais. Alberto Santos Dumon, ao inventar o avião, era considerado louco, afinal quem teria coragem de entrar numa “geringonça” daquelas? Hoje consiste em um dos transportes mais usados. No entanto, muito antes, Sócrates foi condenado a ingerir cicuta por propalar ideias mais avançadas do que os seus contemporâneos atenienses, ideias de justiça e cidadania usadas até hoje. Esses são exemplos de que o “sim”, pronunciado por esses grandes contribuidores do crescimento social, primeiramente foram calados pelo “não” do conformismo ou dos medrosos em aceitar o novo, porém o “sim” foi consagrado como grandes realizações que fomentaram o desenvolvimento humano.

Chris Gardner, personagem de Will Smith no referido filme, teve suas expectativas minimizadas pela própria esposa interpretada por Thandie Newton (Linda), no entanto, conseguiu surpreender a si próprio diante da tamanha capacidade de lograr o fim desejado, embora existissem tamanhas dificuldades proporcionadas pelas circunstâncias de uma vida repleta de restrições.

A capacidade humana pode ser surpreendente, quando não minguada pelos empecilhos da vida. O homem não nasceu com asas e nem sabe voar, entretanto, usou sua capacidade intelectual para construir o avião, ele não consegue correr em alta velocidade, mas fez o automóvel para suprir tal necessidade, ele não tem força para levantar objetos com peso elevado, porém construiu máquinas as quais substituem a força antrópica. Diante disso, fica evidente que o ser humano é limitado apenas pelo medo de agir ou pela incredulidade na sua persuasão.

As pessoas, por terem medo, amedrontam as outras que aparentam ter um pouco mais de coragem, em seguida, vem a subestimação que é considerada um vírus o qual ainda não foi eliminado pelas políticas médico-sanitárias, cabendo apenas ao homem erradicá-lo por conta própria, uma vez que o medo de não dar certo prende-o em um espaço que pouco dá.

sábado, 20 de agosto de 2011

A ARTE IMITA A VIDA

Uma grande da parte da população brasileira abriu mão de sair de casa para prestigiar o último capítulo da novela exibida na Rede Globo de Televisão às 9 horas, na sexta-feira do dia 19 de Agosto, assim Insensato Coração atingiu 47 pontos de média de audiência com 77% de participação conforme o Jornal da Mídia[1]. Realidade que mostra o quanto o brasileiro gosta de uma boa dramaturgia.

No entanto, chegando direto ao ponto, aqueles que assistiram à novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares poderam perceber o final glamoroso de Natalie Lamour (Débora Secco) que saiu das capas de revistas masculinas direto para o Plenário em Brasília, ocupando o cargo de Deputada Federal. Na referida novela, esse fato chegou a ser cômico devido à popularidade da personagem, no entanto, quando isso acontece na vida real, fica mais parecido com um drama do que com um fato que deve ser encarado com bom humor.

Esse episódio me fez pensar o número de vezes que nós, brasileiros, povo heróico e, perfeitamente, alistados eleitoralmente escolhemos nossos representantes de maneira equivocada. Muitos afirmam que a vida imita a arte, mas no meu ponto de vista é o contrário, a arte apenas retrata o que acontece na realidade, assim, no caso de Natalie Lamour, não é diferente.

Os nossos Poderes Legislativo e Executivo estão contaminados pelo despreparo, pelo comodismo ou conformismo do povo brasileiro, ao passo que a corrupção é marca registrada e hoje, já se pode dizer, com muito desprazer, que está inerente ao poder público. Quando se fala em corrupção, a sociedade associa de forma imediata aos representantes públicos que foram eleitos para cuidar do bem comum ao invés de enriquecer em detrimento dos desamparados e segregados socialmente.

A eleição de personagens cômicos na vida real consiste em uma prova evidente de que o brasileiro é visto como um “bobo” o qual acha que seu papel é apenas se manter em dia com a justiça eleitoral, porém não estando em dia com o seu dever de cidadão que, por sua vez, não se restringe apenas a votar, mas sim votar certo e escolher representantes capazes de resolver os problemas comuns, além de colocar em primeiro lugar a concretização da dignidade da pessoa humana.

O que os cidadãos da República Federativa do Brasil precisam é de um banho de educação e qualificação cultural- o que não seria conveniente para as “sanguessugas” do poder, uma vez que são eleitos mediante a ignorância popular. As crianças e os adolescentes devem ser instigados a se interessarem pela vida política do seu país, não simplesmente porque é interessante ver como a nação funciona politicamente, mas para saber como funciona o dia a dia da própria sociedade, para saber como agir diante de situações corriqueiras das quais exigem a ação popular.

O país deve reacender a chama da esperança também nos adultos e naqueles que contribuíram relevantemente para o andamento social, os idosos. Esses também devem ser reeducados, incentivados e ressuscitados para a vida política a fim de ensinar aos jovens o real dever do cidadão, que é cuidar do seu país e de seus semelhantes.

A educação abre portas, porteiras e janelas para o crescimento pessoal e profissional, mas isso deve ocorrer simultaneamente com o crescimento nacional, visto que o desenvolvimento consiste em um ciclo o qual quando é interrompido, prejudica todo o seu andamento. #FICADICA.



[1] http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2011/08/20/Ti-Ti-Ti/Final_de_Insensato_Coracao_marca_.shtml

terça-feira, 16 de agosto de 2011

PARA PENSAR!

Parei para pensar sobre o andamento da vida, sobre como as pessoas encaram a realidade e colocam seus desejos acima de qualquer coisa. Não estou falando daqueles que negligenciam seus princípios a fim de conseguir o almejado, mas daqueles que, assim como eu, buscam de forma honesta e honrada a satisfação pessoal, mais precisamente a profissional.

Tenho visto pessoas abrindo mão de momentos amorosos, de lazer com a família ou amigos ou momentos dos quais nos trazem bastante alegria e sensação de prazer por horas e horas de mergulho nos livros em busca de conhecimento ou aperfeiçoamento para tornarem-se mais capazes de conseguir mais ou o melhor, mais dinheiro, mais uma casa na praia em local melhor, mais seguro ou um melhor emprego com garantia de retorno ou de ascensão profissional.

Não quero mostrar hipocrisia nessas frívolas palavras, visto que é isso que também busco no meu dia de estudo. Busco um futuro que possa desfrutar com mais tranqüilidade, um emprego que eu possa me encontrar como pessoa, cidadã e profissional, que eu tenha a capacidade financeira de gozar de viagens, de lazer, capacidade de consumir sem me preocupar com restrições, que eu possa dar conforto para minha família, reunir amigos quando tiver vontade enfim. Vivemos sempre em busca de algo melhor, algo que nos conforte na nossa velhice e que tenhamos orgulho dos momentos que deixamos de viver no passado para viver no futuro.

No entanto, sempre esquecemos aqueles que não alimentam nenhuma expectativa de futuro, não porque não querem, mas porque não possuem elementos para isso. O que me fez pensar sobre tal assunto foi uma reportagem exibida nesse domingo (14 de Agosto de 2011) no programa Repórter Record, o qual mostrava o quão é sofrida a vida da população que vive na região mais conhecida como Chifre da África, localizada no nordeste desse país e composta pela Somália, Eritreia, Etiópia e Djibouti. Região essa que é marcada pelos conflitos que, por sua vez, condenam a sua população a viver na miséria, além de obrigá-la a recorrer à fuga com destino a campos de refugiados em países vizinhos que também não possuem elementos necessários para assisti-la.

Vocês devem estar se perguntando o que tem a ver a nossa busca por uma vida melhor e o sofrimento dessas pessoas. Simples, enquanto nós que temos condições de estudar, trabalhar e buscar um conforto tão desejado, essas pessoas buscam apenas viver. Todo dia acordamos e damos de cara com nossa escrivaninha da qual só temos que nos esforçar para aprender mais, fora aqueles que todo dia vão em busca do seu trabalho. Essas pessoas, às vezes nem dormem preocupadas com a alimentação, ou melhor, com a falta dela para saciar a fome de seus filhos no dia seguinte, além da escassez de água que é tamanha ao ponto de uma caneca pela metade ser dividida por dez pessoas, sendo sete crianças.

São cenas de muita tristeza, que me fez pensar, e espero que façam vocês também pensarem, no quanto somos ricos em apenas ter onde comer, morar, água para beber, família para abraçar nos momentos felizes ou tristes, ao passo que muitas crianças perderam seus pais e irmãos nas guerras civis. Somos ricos porque podemos buscar o melhor, uma vez que o básico já temos.

Essas cenas mostradas pela reportagem já mencionada fizeram-me lembrar de um livro que li ainda quando estava me preparando para prestar o vestibular. A obra se chama Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto que narrava em versos a história de um sertanejo que, em busca de uma vida “melhor”, seguiu para o Recife. Durante seu trajeto Severino (protagonista da obra) visualizou cenas de muito sofrimento da qual a morte, em decorrência da miséria, fazia-se predominante, entretanto, mesmo com tanta dor, Severino não desistiu de viver e de tentar.

Diante disso, a esperança de Severino, de alguma maneira, assaz representa a esperança desses povos africanos que buscam apenas a vida e não o melhor que ela pode nos dar, como nós esperamos e buscamos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A VIDA CYBERNÉTICA


O mundo contemporâneo está demasiadamente conectado de norte a sul, a internet e a digitalização invadiu o cotidiano de milhares de pessoas que as consideram imprescindíveis para a vida social. As crianças aderem à inclusão digital ainda no berço, crescem bastante integradas em um espaço que, teoricamente, deveria fomentar a comunicação. No entanto, ao invés do jovem se mostrar mais interligado com outras pessoas, evidencia-se o isolamento da realidade, fenômeno que arrisco a denominar de auto-segregação em virtude do grande espaço de tempo que os menores dedicam a “navegar na internet”. Assim, brincadeiras como o futebol de rua, que reunia a vizinhança, atrapalhava o trânsito e que tinha como trave os tênis da criançada, não tem mais tanta atratividade diante do realismo dos jogos futebolísticos eletrônicos.

Além da auto-segregação, a cybernética tem contribuído para a violação da intimidade, embora, na maioria das vezes seja uma violação permitida. Sites de relacionamentos que visam saber o cotidiano das pessoas estão cada vez mais presentes nas atividades humanas (inclusive na minha), é como uma agente ou um diário o qual suas opiniões são compartilhadas com centenas de “amigos”.

É relevante lembrar que até a palavra amigo ampliou o seu significado, além de definir aquele que está sempre presente, apoiando e dando a mão quando se precisa, também designa aquele que compartilha o espaço virtual com você, interessante ver como as palavras podem ser polissêmicas, variando de significados conforme o momento e o ambiente.

Finalizo esse texto realçando o quanto a digitalização mundial influenciou e mudou de sobremaneira o comportamento do homem. Se esse fato foi vantajoso ou não me digam vocês.