Sabe-se que a vida é composta por contrastes, o sim e o não são faces da mesma moeda e compartilham o mesmo espaço, portanto, quem nunca almejou algo, mas presenciou a frustração dos seus planos ao ouvir palavras pessimistas? Algo como, “você não vai conseguir”, “é muito difícil” ou “muito concorrido”, assim, posso ter a convicção de que a maioria dos leitores já experimentou situações semelhantes.
Nicolau Copérnico, com o seu amor pelo espaço, descobriu que a teoria geocêntrica era uma falácia, ou seja, que na verdade a Terra girava em torno do sol e não o contrário, resultado: foi morto por fundar a teoria heliocêntrica, embora tenha feito uma das maiores descobertas mundiais. Alberto Santos Dumon, ao inventar o avião, era considerado louco, afinal quem teria coragem de entrar numa “geringonça” daquelas? Hoje consiste em um dos transportes mais usados. No entanto, muito antes, Sócrates foi condenado a ingerir cicuta por propalar ideias mais avançadas do que os seus contemporâneos atenienses, ideias de justiça e cidadania usadas até hoje. Esses são exemplos de que o “sim”, pronunciado por esses grandes contribuidores do crescimento social, primeiramente foram calados pelo “não” do conformismo ou dos medrosos em aceitar o novo, porém o “sim” foi consagrado como grandes realizações que fomentaram o desenvolvimento humano.
Chris Gardner, personagem de Will Smith no referido filme, teve suas expectativas minimizadas pela própria esposa interpretada por Thandie Newton (Linda), no entanto, conseguiu surpreender a si próprio diante da tamanha capacidade de lograr o fim desejado, embora existissem tamanhas dificuldades proporcionadas pelas circunstâncias de uma vida repleta de restrições.
A capacidade humana pode ser surpreendente, quando não minguada pelos empecilhos da vida. O homem não nasceu com asas e nem sabe voar, entretanto, usou sua capacidade intelectual para construir o avião, ele não consegue correr em alta velocidade, mas fez o automóvel para suprir tal necessidade, ele não tem força para levantar objetos com peso elevado, porém construiu máquinas as quais substituem a força antrópica. Diante disso, fica evidente que o ser humano é limitado apenas pelo medo de agir ou pela incredulidade na sua persuasão.
As pessoas, por terem medo, amedrontam as outras que aparentam ter um pouco mais de coragem, em seguida, vem a subestimação que é considerada um vírus o qual ainda não foi eliminado pelas políticas médico-sanitárias, cabendo apenas ao homem erradicá-lo por conta própria, uma vez que o medo de não dar certo prende-o em um espaço que pouco dá.