domingo, 25 de abril de 2010

50 anos de Brasília

Na semana passada, a capital brasileira completou meio século
de existência, sendo motivo para várias redes de televisão fazerem
reportagens em sua homenagem, mostrando sua construção, seu
povo - que se dizem orgulhosos de residirem na cidade - a história que
está por trás de muitos monumentos magníficos arquitetados por
Oscar Niemeyer. No entanto, durante 50 anos, a cidade presenciou
fatos que deixaram, e ainda deixam, os cidadãos assaz envergonhados.
Brasília possui 50 anos sediando um país que é marcado pela corrupção
administrativa, assistiu ao Golpe de 64 que foi destacado pela censura,
crueldade e pela subversão da população brasileira, posteriormente, visualizou
a redemocratização do país, que simbolizou a libertação das amarras militares,
entretanto visou o impeachment do caçador de marajás e, hoje, está passando
por uma crise política que embaça ainda mais a imagem do Brasil no interior
e no exterior. Diante disso, será mesmo verdade que seus cidadãos estão
satisfeitos com a realidade do DF? 50 anos de Brasília é realmente motivo
para tanta comemoração? Na verdade, enquanto a perversão política não
for atenuada e os desmandos dos "caçadores de marajás" continuarem, toda
festa e toda manifestação de felicidade será falsa, uma vez que não há graça
em ser usurpados por seus representantes.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

SER ou TER?

Falar do verdadeiro sentido do SER é meio difícil em uma sociedade onde o
TER é assaz relevante. Confundir esses dois verbos é um equívoco corriqueiro.
Ouço muito as pessoas falarem que TER um carro do ano, um som potente,
dinheiro fácil é Ser feliz. Será mesmo que é apenas nisso que se resume a felicidade?
Na verdade, estudamos, nos esforçamos para que um dia possamos viver de forma
digna, mas que dignidade é essa? é a dignidade material? lá vem o verbo TER de novo!
e o SER onde fica? geralmente fica em segundo plano. Claro que é importante buscar
o sucesso financeiro, a vida nos obriga a correr atrás disso, mas refletir sobre a
essência individual também é demasiado importante para conseguir equilibrar as
duas esferas: o TER e o SER.
TER um carro do ano não proporciona satisfação se o íntimo estiver perturbado,
se não há amigos para compartilhar o conforto do automóvel, não adianta TER uma
casa luxuosa se a humildade não habita na sua essência, afastando família e amigos do
convívio. Enfim, o TER está atrelado a falsa idéia da felicidade, que é momentânea e o SER, em geral, está ligado a dignidade moral e a felicidade constante. É neste que a humanidade deve se
espelhar, é este verbo que deve ser pronunciado e refletido com mais frequência, pois é
naquele verbo onde se origina as disputas por terras, o sangue derramado e o vazio existencial
dos homens, tornando o convívio entre eles mais superficial e delicado.
Mas enquanto a humanidade não percebe que está conjugando o verbo errado, sua decadência
continua ocorrendo por vontade própria.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Rio de Janeiro sob tortura

A “cidade maravilhosa” está sendo o centro das atenções, não pelas paisagens deslumbrantes, nem pela sua fama de cidade mais feliz do mundo, mas pelo cenário de tragédia e pelo desespero estampado no rosto de muitos cariocas. Tem sido muito falado que a causa dessa realidade são as torrenciais chuvas que castigam a cidade, mas será essa a real causa de tanta angústia?
A chuva é um fenômeno natural que traz vida e mantém as já existentes, fica difícil afirmar que ela tem matado e torturado muita gente. A realidade é que a natureza só está cumprindo o seu papel, papel esse que foi modificado pela insustentabilidade da ação humana, uma delas – que por sinal é bastante visto no Rio de Janeiro – é a ocupação desordenada do espaço urbano, desrespeitando os limites naturais. E aí vem outra pergunta: A população é culpada por ocupar áreas de risco ou é apenas uma conseqüência da má administração pública? Essa fica fácil responder! Sem o apoio dos administradores, a sociedade (mais carente, é claro) procura meios de remediar a situação precária da moradia que – como já foi dito – entra em choque com os limites impostos pela natureza.
E qual o resultado? Áreas e pessoas soterradas, desespero e lamúrias em um país que é conhecido, mundialmente, pela felicidade estampada no rosto de seus cidadãos. O que sobra é a solidariedade dos pequenos que, mesmo com pouco, procura repartir e a inércia dos grandes diante de tanta tortura.

Nosso Lar Pede Socorro!

O que é um lar pra você?

Bom... Para mim, um lar é onde desfrutamos da companhia de quem amamos e onde passamos momentos de felicidade. Naturalmente, para manter o bem-estar dos moradores é necessário o cuidado para com o espaço que se vive mediante a organização, a boa convivência e a higienização desse. Pode parecer óbvio o que está escrito nessas poucas linhas, na verdade, é óbvio; mas o fato é que nem todos têm a consciência do que eu estou querendo passar, o que se vê - ou melhor – o que eu vejo são as atitudes de uma sociedade inconsciente. Não estou falando de uma casa de concreto que, comumente, abriga uma pequena família, estou falando de uma casa muito maior que abriga uma família com mais de seis bilhões de pessoas, estou tecendo sobre o PLANETA TERRA. Já devem estar cansados de escutar, ler ou falar sobre a ameaça que o nosso lar está passando, também não se fala em outra coisa! Eu, por exemplo, estou falando sobre isso agora! Mas o fato é que nós só sabemos falar, nossos governantes só sabem falar, atitudes incisivas são escassas, conferências e mais conferências são organizadas, planejadas, realizadas, porém ações que minimizem os danos a estrutura do nosso lar são vetadas devido à ganância e o individualismo dos grandes. Todos sabem quem arca com todas as conseqüências da má administração do planeta, é aquele que já sofre com a fome, com doenças crônicas, com a pobreza, a miséria enfim! O PLANETA PEDE AJUDA, A NOSSA CASA INTERCEDE AOS SEUS USUÁRIOS, CUIDAR DELA CONSISTE NA TOMADA DE CONSCIÊNCIA DE QUE PARA UMA VIDA SAUDÁVEL O LAR DEVE SER DEVIDAMENTE HIGIENIZADO.

Iháscara Cardoso.