sexta-feira, 22 de abril de 2011

DOR DE COTOVELO

O coração dispara
As mãos tremem
A boca seca
A vida para

As rugas aparecem
A atenção ascasseia
Os nós atam
E a garganta invadem

A razão enfraquece
A pele sua
O medo aflora
A cor empalidece

A boca enrijece
A atitude cala
As pernas morrem
E a dúvida aparece

O telefone não toca
A ansiedade enche o peito
A insônia acompanha
A inquietude que incomoda

O peito sufoca
Os nós crescem
O desespero "chega junto"
O ar desaparece

A solidão intimida
A fala que emudece
O dia aumenta
E a noite padece

A dor cresce
Os pulmões de incertezas incham
O claro escurece
O indivíduo segura
A lágrima que desce.

domingo, 17 de abril de 2011

O MONSTRO DO REALENGO?

O mundo inteiro assistiu à lamentável tragédia que ocorreu na escola do Rio de Janeiro, mais precisamente no Bairro do realengo. O rapaz que se denominava Wellington Menezes de Oliveira entrou na Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio, no dia 7 de Abril de 2011, e praticou a primeira chacina da história da República Federativa do Brasil tendo um lar educacional como palco. Fato esse que resultou em 12 crianças mortas e inúmeras famílias assustadas, abrigando a dor da insegurança e do desespero.

Conforme a mídia e os noticiários, juntamente com depoimentos da família do autor da barbárie, dá a entender que esse sofria de uma doença chamada esquizofrenia, mazela que provoca alucinações, fazendo o indivíduo confundir o real com a fantasia. No entanto, além de ser portador da esquizofrenia, o jovem afirmou em vídeos caseiros que sofreu provocações e humilhações quando fazia parte do corpo discente dessa instituição educacional.

Esse fato- que abalou o Brasil e estampou capas de jornais do mundo inteiro- reavivou as discussões sobre bullying na sociedade, tema esse que é vivido na prática por muitas crianças que, consecutivamente, sofrem em ter sua dignidade violada todos os dias em um local que deveria ser exemplo de respeito e educação. O irônico é perceber que a mesma sociedade que pratica essa violência também a sofre, no caso da escola do Realengo, a criatura agiu contra o criador, ou seja, a sociedade que criou o monstro foi abalada demasiadamente por ele. Quantos monstros a sociedade não criou quando negou assistência necessária para um determinado grupo de pessoas? Os altos índices de criminalidade respondem a essa pergunta.

Vale salientar que mais uma vez o país pobre imita os países ricos, considero isso ainda como um processo de “aculturação”, fenômeno esse que difunde a cultura dos mais poderosos a qual as mais frágeis absorvem, visto que nossos noticiários informavam com freqüência casos como esse em países estáveis econômico e socialmente, como os Estados Unidos, sendo a primeira vez que ocorre em um país com estabilidade menor.

Diante de tudo isso será que o monstro do realengo é mesmo um monstro? Ou é apenas um reflexo da uma sociedade que não assiste seus componentes de forma adequada? O fato é que o meio social mostra-se com uma morosidade eterna e mesmo sendo palco de tragédias como essa, reluta em acordar e deixar de ser sujeito reflexivo na sua própria história, pois a chacina do realengo é mais um episódio de um “espetáculo” que parece não querer fechar as cortinas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O MILAGRE DA VIDA



As gêmeas Maria Clara e Maria Clarice nasceram unidas pelo abdômen em fevereiro de 2010, desde então foram acompanhadas pelo hospital que fez o parto das meninas, Hospital Albert Sabin, no entanto, não havia condições adequadas para fazerem a separação das crianças e nem os pais possuíam condições financeiras para tal fim.

Assim, a família ajuizou uma ação para conseguir mediante o poder judiciário autorização para a cirurgia que iria separar as gêmeas siamesas. As meninas nasceram apenas com o fígado em comum, segundo os médicos o órgão era dividido apenas pela circulação sanguínea. Hoje as crianças são devidamente separadas, cirurgia feita pelo Hospital das Clínicas em São Paulo, em março de 2011, da qual conseguiu através da decisão judicial.


domingo, 3 de abril de 2011

A JUVENTUDE


É comum escutarmos frases como “não se fazer mais jovens como antigamente” ou “a juventude de hoje está perdida”, o jovem é visto- na maioria das vezes- como alguém irresponsável, que não sabe ou não vê a realidade do mundo, aquele que apenas desfruta do dele sem ter a preocupação de ser “alguém na vida”.
É tecendo essas frívolas palavras que busco mostrar o outro lado da história, pois também sou jovem e me dou o direito de defender e falar sobre essa questão tão popularmente comentada.
É verídico que a juventude do século XXI enfrenta problemas que antes eram menos divulgados, como o uso de substâncias tóxicas, visto que os jovens estão entrando cada vez mais cedo na seara das drogas, como álcool e entorpecentes (maconha, craque, cocaína). No entanto, a culpabilidade não dever recair apenas na juventude, uma vez que a pós-modernidade tem facilitado a dispersão e o alcance de drogas lícitas e ilícitas.
A ausência de diálogos na família e entre elas, a falta de oportunidades sociais, o individualismo gerado pelo sistema pós-moderno, além da corrida desenfreada pelo lucro e pelo bem-estar fugaz são fatores que cessam os limites entre os jovens e as mazelas produzidas por atitudes individuais que buscam apenas a satisfação vazia e momentânea.
Por outro lado, não há apenas jovens vítimas do sistema da convivência contemporânea, existem aqueles que ainda possuem a garra e a esperança de suprimir a realidade enegrecida pela forma de viver atual dos homens e suas conseqüências. O mundo está repleto de adolescentes que sentem a necessidade de transformar o ambiente em que vivem, que tem a consciência de que a juventude não pode passar pela vida como coadjuvantes de sua própria história, que fazem movimentos a favor do meio ambiente sustentável, do bem-estar social, tentando de alguma forma atenuar as injustiças sociais.
As universidades têm sido grande aliado e incentivador desses jovens que conhecem a realidade do país e que se unem para se tornarem ativos e passar para o externo o que aprendeu nos bancos acadêmicos, além de buscar uma força maior a fim de se darem relevância em uma sociedade caracterizada pela hipertrofia de contrastes que interrompem o seu crescimento contínuo (tecnologia de alta qualidade e escolas precárias, agricultura desenvolvida e fome).
A juventude não é tão vazia como se diz nos meios populares, o fato de ter problemas ao seu redor não impede o seu desenvolvimento e sua atuação na sociedade, já que o jovem é tido como a esperança do futuro então dê o crédito que ele merece e dê armas para que essa esperança se concretize.